26 de novembro de 2012

PODE A NEUROCIÊNCIA EXPLICAR A FÉ?


O cérebro desempenha um papel importante na maneira como as pessoas estabelecem a sua relação com os outros e nele residem as questões morais. Embora essa declaração seja esperada de um cientista, analisar como o cérebro processa a relação com Deus é o desafio do rabino Ralph Mecklenburger, do Texas, que escreveu um livro sobre o assunto recentemente. “O nosso cérebro determina tudo o que fazemos”, disse Mecklenburger, que além de liderar a Congregação Beth-El, na cidade de Fort Worth, também é professor na Brite Divinity School, uma universidade cristã. “O nosso cérebro estabelece que tipo de arte ou de música gostamos. Ele definitivamente também molda a nossa religião”. No seu livro, “Our Religious Brains: What Cognitive Science Reveals About Belief, Morality, Community and Our Relationship With God” [Nossos cérebros religiosos: o que a ciência cognitiva revela sobre crença, moralidade, comunidade, e nosso relacionamento com Deus], ele afirma: “As nossas crenças, a nossa espiritualidade, o nosso senso de comunidade, a nossa relação com as pessoas e com Deus não são menos dependentes de nossos cérebros que atividades triviais como ler, rir, exercitar, resolver problemas, amar e tudo o mais o que fazemos”. Mecklenburger tornou-se interessado no funcionamento do cérebro muitos anos atrás, quando o seu filho, Alan, foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção, aos 5 anos. “Eu queria saber como o cérebro do meu filho era diferente dos outros”, disse. Alan fez um tratamento e hoje é um consultor de informática formado pela Universidade do Texas, em Austin. Entre as pesquisas citadas, estão as do Dr. Andrew Newberg e do falecido Eugene d’Aquil, que usaram imagens tomográficas para estudar o que acontece dentro do cérebro de religiosos meditando e rezando, incluindo monges budistas, padres e freiras. Curiosamente, os dois grupos demonstraram um fenómeno semelhante: menor atividade na parte traseira superior do cérebro, que nos orienta no tempo e no espaço. Quanto mais profunda era a meditação, os monges diziam se sentiam mais integrados ao universo. As freiras, durante a oração intensa, diziam sentir um contato mais íntimo com Deus. “O fato é que eles perderam a distinção de tempo e espaço e começaram e imergir em outro estado de consciência”, disse Mecklenburger. “Ao sentir essa ‘conexão’, revelaram algo que a física moderna já é capaz de explicar”. O mais importante, disse ele, é que o estudo mostra que algo realmente diferente ocorre no cérebro durante qualquer experiência espiritual. Essa investigação científica sobre oração, a meditação e outras práticas sagradas não diminui a importância da religião, ressalta o rabino. Ele também defende que nossa estrutura cerebral “nos predispõe para encontrar a fé”. “Faz parte de nossa natureza sentir temor diante deste grande universo e encontrar maneiras diferentes de lidar com ele. Uma dessas formas é a religião. Nossos cérebros exploram inúmeras possibilidades do que é a vida. As mais complexas são as religiosas. É a religião que nos aponta a principal maneira de ver mundo e dar sentido a ele”. A moralidade básica, segundo ele, é parte essencial do nosso cérebro. O bom comportamento é aprendido com os pais, através de experiências e na igreja. Mas a neurociência indica que a moralidade também faz parte da estrutura cerebral desde que nascemos. “Há um certo egoísmo básico em todos nós”, disse. “É parte da natureza humana. A nossa tendência é pensar, ‘Quero tudo para mim.” Mecklenburger conclui que mesmo as pessoas que não acreditam em Deus, acabam acreditando em alguma outra coisa. “O nosso cérebro precisa encontrar uma maneira de se relacionar com o mundo… Algumas pessoas acabam usando isso para a política. Outras para a filosofia ou a ciência. Há quem se resuma a usar isso para buscar dinheiro e prazer”. Traduzido de Star Telegram.Fonte

Reflexão pessoal: A conclusão de Mecklenburger não contradiz o Novo Testamento (é estranho no entanto, ser rabino “professor na Brite Divinity School, uma universidade cristã) assunto deles. Quando diz: “O nosso cérebro estabelece que tipo de arte ou de música gostamos. Ele definitivamente também molda a nossa religião”. Ele está a dizer que o ser tem necessidade de: história, música, política e religião, estas são expressões que encontramos desde os primórdios da humanidade. No entanto, sendo verdade que temos necessidade de religião – todos os povos da terra a têm – o nosso cérebro exige verdade e esta vem pela fé. "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10 : 17). Mecklenburger não deve conhecer essa passagem bíblica, sendo rabino não aceita o Novo Testamento, na universidade de Brite Divinity deve ser professor do A. Testamento. É a palavra de Deus que transmite ao crente a fé genuína, a fé é um relacionamento, foi perfeitamente evidenciada na vida de Abraão: “Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.” Tiago 2:15 e 16. Não ignoramos o que dizem a corrente filosófica/ateísta “a fé é um salto na razão”. Esquecem, Abraão não deu nenhum salto, ele conhecia a voz que lhe pedia o filho em sacrifício. Era uma voz familiar, era a voz de Alguém que tinha caminhado com Abraão ao longo de décadas. Abraão nunca foi decepcionado por Deus. Fé é pois e também um ato de razão, por isso será sempre “Às vezes é literalmente uma parte do cérebro lutando contra outra parte do cérebro”.
José Carlos Costa, pastor

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