15 de abril de 2011

O MUNDO EM REVOLTA

Assistimos surpreendidos ou nem tanto, ao que se está a passar, nos países árabes do Norte de África e do Médio Oriente. Sentados, no conforto dos nossos sofás, diante das imagens que a televisão e a Internet nos oferecem diariamente. Sentimos que está a acontecer tudo depressa, que ninguém foi capaz de antever o que se está a passar (só a Palavra de Deus predisse) e o desfecho é ainda mais difícil de prever. Da Tunísia e do Egipto ao Iémen, à Argélia, a Marrocos e à Líbia, uma revolta popular alimentada por uma geração jovem reivindica democracia política e justiça social. Uma revolta que se propaga velozmente e está a pôr em causa regimes autocráticos que pareciam estáveis, em sintonia com séculos de
tradição, cultura e religião que os legitimavam e lhes garantiam futuro.
Que se passa? O que está a fazer tremer os regimes, a encher as ruas e as praças, a convocar esta geração da mudança? É a vontade de participação política, o desejo de melhores condições de vida que estão por detrás do que estamos a ver? Ou será antes o explodir de uma cólera reprimida, de um desejo de justiça, a explosão de uma vontade e alegria de viver que séculos de opressão não conseguiram silenciar? Ou será, por fim, o eclodir de uma revolução cultural e religiosa, que procura autenticidade e sentido de vida para lá do formalismo exterior de uma religião, o Islão, extremamente controladora da vida pessoal e social?
Os observadores sublinham que são os jovens, a geração da revolta, que explicam o que os nossos surpreendidos contemplam. O elemento que hoje mais une os países árabes é a existência de uma maioria de população jovem, sem perspectivas de trabalho, mas evoluída e familiarizada com as novas tecnologias (Daniel 12:4) da comunicação, com a cultura digital e global. São eles que estão a reinterpretar a vida social e política dos seus países, a repropor os ideais do Islão e a reinventar um futuro. E estão a fazê-lo de um modo surpreendente e com uma força irreprimível, deixando definitivamente para trás uma geração de líderes incapazes de entender os sinais dos tempos, deixando decididamente de lado a via anacrónica do fundamentalismo islâmico.
Como devemos nós, cristãos do Ocidente, olhar para esta revolta e para a geração que a protagoniza? Decerto que com simpatia, procurando compreender o que se está a passar, apoiando esta geração que no ventre da sua revolta carrega a promessa de um futuro diferente, certamente melhor. Para a missão cristã, o que se está a passar oferece a possibilidade de uma nova época no relacionamento entre cristãos e muçulmanos (Mateus 24:14), caracterizada pelo apreço e pelo testemunho dos valores.
Permita o Senhor que os jovens da última Igreja, a Remanescente, estejam eles também atentos aos sinais e disponíveis para a missão de ir testemunhar, para lá dos moralismos e das ideologias apresentar o Cristo Salvador.

Sem comentários:

Enviar um comentário