24 de outubro de 2010

OS DOCUMENTOS SOBRE ABUSOS NO IRAQUE REVELADOS PELO WIKILEAKS

O mundo está em estado de choque pela revelação dos documentos revelados pelo famoso site WikiLeaks.org. Governos e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos querem respostas às denúncias levantadas contra os exércitos dos EUA, do Iraque e de outras forças aliadas depois da difusão de 400 mil documentos militares secretos que apontam para práticas de torturas e outros abusos.
Na minha modesta opinião, a única coisa que pode chocar é o elevado número de documentos. Sim, de resto, quem não sabe que os militares dos Estados Unidos têm este comportamento nos países onde estão em “missão”?
Depois vem o Ministro deste país e o ministro do outro, acrescem os gritos das organizações internacionais, com ar de aborrecidos, como se tudo isto lhes fosse desconhecido. Enfim, até posso admitir que para os líderes que mal sabem onde estão os seus militares, olharão de forma interrogativa para algum comandante. Este fica em silêncio e reúne-se uma comissão para fazer um desmentido ao país.
Não, eu não sou um conhecedor destas coisas, não, eu nunca andei na guerra, nem sequer estou a fazer algum julgamento. Eu vi militares dos diferentes países que estavam estacionados em Angola e em Moçambique, surgirem do nada nos seus poderosos carros militares e pegarem à força jovens raparigas e levarem-nas enquanto estas gritavam por socorro e toda a gente virava a cara para o lado com receio de levar uma bala na testa. Só vi isto! E por isto nada me admira.
Se um simples peão como eu foi testemunha destes acontecimentos, quanto mais a WikiLeaks.org. De acordo com uma entrevista em Janeiro de 2010, a equipa do WikiLeaks era constituída por menos de dez pessoas a trabalhar em regime de horário completo, mas especula-se que o Wikileaks conte com algo entre mil e dois mil voluntários, que trabalham ocasionalmente - a maioria sem qualquer contrapartida financeira. Entre os intelectuais, activistas, jornalistas e programadores listados pelo Wikileaks como membros de seu conselho, estão o australiano Phillip Adams (produtor do clássico documentário Corações e mentes), o brasileiro Chico Whitaker (proponente e articulador do Fórum Social Mundial), o chinês Wang Dan (um dos líderes dos protestos da Praça Tiananmen em 1989) e Ben Laurie (criador do Apache-SSL e um dos maiores especialistas mundiais em segurança de rede).
São estas pessoas altamente profissionalizadas que põem a descoberto os arquivos secretos obtidos pelo site e apresentados pela Al-Jazira revelaram a existência de uma ordem secreta da cúpula do exército dos EUA para que não fossem investigados os casos de tortura atribuídos a autoridades iraquianas descobertos pelas forças norte-americanas. Os EUA também encobriram, segundo os documentos, o fato de "centenas" de civis iraquianos terem sido assassinados em postos de controlo militar operados por soldados norte-americanos depois da invasão do Iraque, em Março de 2003, por forças estrangeiras lideradas por Washington em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas.
Ainda de acordo com a Al-Jazira, os EUA "compilaram um registo de iraquianos mortos e feridos no conflito, apesar de o terem negado publicamente". Os documentos divulgados hoje revelam que a Guerra no Iraque matou pelo menos 109 mil pessoas entre a invasão do país, em Março de 2003, e o fim do ano passado, informou a Al-Jazira. Dos 109 mil mortos, 63% eram civis, segundo os documentos secretos norte-americanos citados pelo canal. O número de civis iraquianos mortos inclui 15 mil pessoas a mais que o admitido anteriormente.

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