19 de fevereiro de 2010

ECONTRO ENTRE OBAMA E DALAI LAMA OFENDE CHINA

O encontro entre o presidente norte-americano Barack Obama e o Dalaï Lama "prejudica gravemente" as relações sino-americanas, declarou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
"A acção americana é uma séria ingerência nos assuntos internos chineses, fere seriamente os sentimentos do povo chinês e prejudica gravemente as relações sino-americanas", declarou o porta-voz do ministério num comunicado.
O presidente norte-americano recebeu ontem, quinta-feira, o prémio Nobel da paz de 1989, apesar da firme oposição da China, que convocou hoje, sexta-feira, o embaixador dos Estados Unidos em Pequim para emitir um protesto formal, de acordo com a agência oficial Nova China.
Após o encontro na Casa Branca, o líder espiritual dos tibetanos afirmou que Barack Obama lhe manifestou o seu apoio.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, declarou também que o presidente norte-americano manifestou "forte apoio" à causa dos direitos humanos e à identidade cultural e religiosa "única" do Tibete.
"O presidente elogiou a posição moderada do Dalai Lama, o seu compromisso de respeitar a não violência e a continuação do diálogo com o governo chinês", acrescentou Robert Gibbs.
Obama "insistiu no facto de ter sempre encorajado as duas partes a encetar um diálogo directo para resolver os diferendos e congratulou-se com o recomeço recente das conversações" entre as autoridades chinesas e emissários do Dalai Lama, disse o porta-voz.
"O presidente e o Dalai Lama estão de acordo quanto à importância de uma relação positiva e centrada na cooperação entre os Estados Unidos e a China", salientou Robert Gibbs.
Num gesto pouco habitual em visitas da Casa Branca, o Dalai Lama, após os 45 minutos de encontro com Obama, dirigiu-se aos numerosos jornalistas presentes.
Disse que a sua causa "é justa e pacífica" e afirmou-se "muito contente" com a reunião com Obama, um encontro que suscitou a cólera de Pequim.
Para o governo chinês, o Dalai Lama, que vive exilado na Índia há mais de meio século, "é o líder de um grupo separatista e não uma figura meramente religiosa".

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